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terça-feira, 24 de maio de 2011

Crianças e os perigos da internet


Todos os dias chegam à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) do Rio de Janeiro casos de crianças vítimas de crimes na internet. Um deles chocou particularmente os investigadores: o de uma menina de apenas 12 anos que, ao navegar na rede, conheceu uma “amiguinha”, identificada como “Patricinha12”, com quem passou a compartilhar segredos e complexos. Após exibir pela webcam os seios, que considerava pequenos demais, para a suposta companheira virtual – na verdade um pedófilo –, passou a ser chantageada. Na tentativa de se livrar das ameaças, como o envio das imagens captadas para sua rede de amigos, a garota se submeteu a todo tipo de ordem do criminoso, como a de introduzir objetos nos órgãos sexuais. O caso, ainda em fase de apuração, ilustra os riscos a que estão expostas crianças que usam a rede virtual sem orientação ou supervisão dos pais. “O fato de o filho estar em casa não quer dizer que ele está protegido”, lembra a advogada Patricia Peck, idealizadora do Movimento Criança Mais Segura na internet.

As crianças brasileiras são as que mais ficam online, passando em média 18,3 horas conectadas por semana, segundo dados da empresa Norton, que no ano passado fez uma pesquisa com cerca de 7 mil adultos e 2,8 mil crianças e adolescentes, entre 8 e 17 anos, em 14 países. O estudo resultante, o Norton Online Family Report, detectou que 60% dos internautas mirins tiveram experiências negativas, mas somente 45% dos pais perceberam. E deixou claro que é necessário ter interesse em saber o que os filhos andam fazendo no ciberespaço. Mesmo pais analfabites, que não dominam a tecnologia, podem rastrear numa conversa uma ameaça virtual. Dora não contou a ninguém o que estava acontecendo por medo de ser punida. O caso foi descoberto pela pediatra, com quem se abriu. “A criança tem que ter confiança nos pais para pedir ajuda”, destaca a psicóloga Maria Inês Bittencourt, professora do Departamento de Psicologia da PUC-Rio.

Por Vera Gudim em www.claudia.abril.com.br



sexta-feira, 20 de maio de 2011

ESTAMOS PREPARADOS PARA A MORTE?


A morte faz parte do desenvolvimento humano desde a sua mais tenra idade e acompanha o ser humano no seu ciclo vital, deixando suas marcas. Questões são constantemente formuladas: "De onde viemos e para onde vamos?" "Será a morte o final da existência, ou somente transição, o final do corpo físico, a libertação da alma? Haverá outras vidas? Será a alma imortal? O espírito se mantém tal como o conhecemos? Será a nossa existência um caminhar para a evolução de cada ser? Chegaremos à perfeição divina? Como preparar pessoas para esse fato tão presente na existência? Esse desafio se torna ainda mais urgente para os profissionais de saúde e educação.

Considerando nossa existência terrena, quanto tempo viveremos e como será nossa vida? Teremos controle e poder sobre o nosso existir? Teremos o direito de saber sobre a nossa morte, como e quando será? Podemos nos preparar para esse momento? Estamos rodeados por um tecido cultural que determina, até certo ponto, como viveremos e como morreremos. Qual é o grau de liberdade, de ação, dentro desse tecido ou rede de valores, significados e representações? As perguntas continuam: por que pessoas jovens e saudáveis morrem rapidamente e pessoas idosas não o fazem? Por que pessoas adormecem e morrem no silêncio do sono, e outras lutam e se debatem até o último momento, com dores e sofrimentos atrozes? Por que pessoas se escondem da morte, não querem nem ouvir falar sobre o assunto? E por que outras riem, fazem piada sobre temas escatológicos? Por que tantos filmes sobre a morte, nos títulos ou na sua temática? Por que a morte exerce tanto fascínio sobre algumas pessoas, a ponto de seduzi-las? Por que é musa inspiradora de tantos: músicos, poetas, escritores, profissionais de saúde e educação? Tantas perguntas têm assoberbado a humanidade durante os tempos. Respostas foram trazidas pelas religiões, ciências, artes, filosofias, entretanto, nenhuma delas é completa e universal. São incompletas, embora possam ser, para algumas pessoas, num dado tempo, o que buscam, oferecendo, mesmo que provisoriamente, um sentimento de totalidade.

Educação para a morte é um estudo sobre a possibilidade do desenvolvimento pessoal de uma maneira mais integral, no sentido entendido por Jung (1960) como individuação, o desenvolvimento interior que se propõe durante o existir, desenvolvimento que também pressupõe uma preparação para a morte. Freqüentamos escolas por mais de vinte anos de nossa existência e assim nos preparamos para a vida social; da mesma forma, deveríamos também nos preparar, pelos mesmos "vinte anos", para o fim de nossa existência. Esse desenvolvimento não precisa ser realizado no topo de uma montanha, como ermitãos, ou dentro de casa isolados, e, sim, no seio da sociedade da qual somos membros integrantes. Essa educação envolve comunicação, relacionamentos, perdas, situações-limite, nas quais reviravoltas podem ocorrer durante a vida, como, por exemplo, fases do desenvolvimento, perda de pessoas significativas, doenças, acidentes, até o confronto com a própria morte.

O tema da morte se tornou interdito no século XX (Ariés, 1977), sendo banido da comunicação entre as pessoas. Paradoxalmente, nesse mesmo século, a morte esteve e continua estando, no início do século XXI, cada vez mais próxima das pessoas, em função, principalmente, do desenvolvimento das telecomunicações. A TV introduz diariamente, em milhões de lares, cenas de morte, de violência, de acidentes, de doenças, sem a mínima possibilidade de elaboração, dado o ritmo propositalmente acelerado desse veículo. Então, ao mesmo tempo em que é interdita, a morte torna-se companheira cotidiana, invasiva e sem limites, e, embora essas mortes estejam tão próximas (real ou simbolicamente), reina uma conspiração do silêncio. Crianças e adolescentes convivem com essas imagens diariamente, ao mesmo tempo em que se tenta "poupá-los" para não os entristecer.

Por outro lado, o surgimento e o aumento dos casos de AIDS e de câncer em crianças e adolescentes faz com que vivenciem o estar doentes, hospitalizados por longos períodos, privados de brincadeiras, dos amigos, das atividades escolares, das relações amorosas, da formação da identidade, ao mesmo tempo em que convivem com a perspectiva da morte. O desenvolvimento da tecnologia médica, os diagnósticos e tratamentos cada vez mais sofisticados trouxeram o prolongamento da vida, embora nem sempre tenhamos garantia da qualidade desta, principalmente no caso dos idosos.


Embora essas mortes estejam tão próximas, ocorre grave distúrbio na comunicação que denominamos conspiração de silêncio; observam-se pais que não sabem se devem falar ou não sobre a morte de um parente próximo, professores que se vêem às voltas com perguntas insistentes sobre mortes de ídolos, de pequenos companheiros, de amigos, e profissionais de saúde que se empenham numa luta de vida e morte contra as doenças, e que, muitas vezes, vêem seus empenhos frustrados, e não sabem o que e como falar com seus jovens pacientes e familiares sobre o porquê da não melhora e sobre a possível morte. Há idosos que perdem cônjuges com os quais compartilharam uma vida toda e que sentem que a vida acaba por ocasião da morte, ou que sofrem de longas doenças degenerativas que causam grandes dores, limitações e sofrimento e das quais não têm com quem falar. Essas são questões cotidianas. O desenvolvimento da tecnologia médica e dos diagnósticos e tratamentos cada vez mais sofisticados trouxe o prolongamento da vida, embora nem sempre tenhamos garantia da qualidade desta, principalmente no caso dos idosos. A importância de enfocar o tema da morte está ligada ao fato de que, ao falar desta, estamos falando de vida e, ao falar de vida, a qualidade da mesma acaba sendo revista. Esta vem decaindo, em parte, pelo lugar ao qual a morte foi relegada no século XX: do interdito, do vergonhoso, do oculto - uma inimiga a ser vencida a qualquer custo. Quanto mais se nega a morte, mais esta parece fazer-se presente através da violência urbana, do crescimento do número de pessoas portadoras do HIV, do suicídio, das guerras.

Por outro lado, as estatísticas da Organização Mundial de Saúde indicam um aumento significativo no número de pessoas idosas em todo o mundo. Entretanto, esse prolongamento da vida nem sempre é acompanhado por uma preocupação equivalente com a qualidade da mesma. Do ponto de vista social, muitos idosos têm que trabalhar mesmo depois de aposentados. Muitos amargam graves dificuldades financeiras depois de trabalhar praticamente durante toda a vida, tanto pelo valor aviltante da aposentadoria quanto pela impossibilidade de exercerem atividades remuneradas, por questões de saúde, isso porque a velhice é também o período em que ocorre a incidência de muitas enfermidades, algumas longas e degenerativas, assim como surgem limitações decorrentes de perdas nas esferas física, psicológica e social.

Com o avanço da tecnologia médica, muitas doenças puderam ser eliminadas; outras, que já foram fulminantes, hoje não mais o são, ocorrendo uma cronificação das mesmas e um conseqüente prolongamento da vida. Entretanto, mesmo com a sofisticação dos tratamentos, freqüentemente são acompanhados de intenso sofrimento. Vários idosos reclamam de muitas dores, mas, com a naturalização desse processo, diz-se que é normal que adoeçam e tenham dores, aumentando ainda mais os sofrimentos!

O avanço da idade traz também a vivência de várias perdas não ligadas necessariamente a doenças e suas conseqüências. Assim, além das perdas vividas na infância e adolescência, o idoso passa a perder pessoas de sua faixa de idade, já que a morte está relacionada com a velhice. São perdas muito dolorosas, como, por exemplo, um cônjuge, com o qual se viveu toda a vida, e cuja morte pode significar o arrancar de um grande pedaço; uma vida que foi construída a dois, agora, precisa ser continuada só. Além do cônjuge, outras figuras de referência, como os amigos, também se vão, ficando presente a idéia de "que o último a ficar terá que apagar a luz", o temor de que não sobre mais nenhum dos amigos. Temos, também, observado um fenômeno ainda mais grave e que se torna cada vez mais comum: pais idosos perdendo filhos na fase adulta, criando-se, então, um duplo problema: lidar com a perda extremamente dolorosa do filho e também do próprio cuidador, uma vez que a este cabe acompanhar de perto o envelhecimento dos pais e deles cuidar.



Todavia, como em todas as outras fases de desenvolvimento, na velhice existem também aspectos positivos, que precisam ser destacados, se não existentes as dificuldades econômicas apontadas, ou seja, a aposentadoria pode ser vista como uma oportunidade de realização de atividades que não puderam ser realizadas antes, por falta de tempo. Nesse sentido, o envelhecimento tem sido comparado à adolescência, pela possibilidade de experimentar coisas novas, como uma nova "moratória", podendo ser descobertas novas habilidades e talentos, um tempo a ser dedicado a estudos, lazer, viagens. Essa disposição para viver a vida pode explicar o sucesso dos programas de terceira idade.

A velhice pode ser um tempo de balanço, de significação e ressignificação da vida, e também um tempo de se preparar para seu fim e para a morte - mas o que se vê é que esta última continua um tema tabu, sobre o qual não se deve falar porque poderá provocar sofrimento e, principalmente, constrangimento.

DAQUI:
pepsic.bvsalud.org



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