Por Rosane de Oliveira
A classificação de Nelson Marchezan (PSDB) e de Sebastião Melo para o segundo turno em Porto Alegre não representa apenas uma derrota da esquerda, mas a vitória dos dois candidatos que conseguiram conquistar o eleitor descrente dos partidos. Marchezan capitalizou o avanço do liberalismo, que cresceu na esteira dos protestos contra o governo de Dilma Rousseff, e cresceu com a estratégia de bater sem piedade na administração de José Fortunati. Mesmo com 14 partidos e centenas de candidatos a vereador trabalhando por ele, Melo ficou em segundo lugar e terá que enfrentar no segundo turno um candidato mais difícil do que seriam Raul Pont (PT) ou Luciana Genro (PSOL).
Sob todos os pontos de vista, o PT é o maior perdedor da eleição municipal. A Lava-Jato e os erros cometidos nos últimos anos corroeram o patrimônio político do partido em todos os níveis. Depois de quatro vitórias na eleição presidencial, de governar o Rio Grande do Sul por oito anos e de comandar a prefeitura de Porto Alegre por 16, o PT colheu nesta eleição uma das piores safras de sua história.
Ficar fora do segundo turno em Porto Alegre estava no cálculo quando Raul Pont aceitou concorrer com o claro objetivo de dar um palanque para o PT se defender. Como Pont acabou crescendo nas pesquisas, o partido sonhou com a possibilidade de chegar ao segundo turno, mas minguou na última hora e agora seus eleitores terão de escolher entre Nelson Marchezan (PSDB) e Sebastião Melo (PMDB).
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